terça-feira, 14 de dezembro de 2010

RETRATO EM PRETO E BRANCO

RETRATO EM PRETO E BRANCO-POESIAS
POESIA NEGRA

                              Desde os áureos tempos da poesia aos dias atuais no Brasil a poesia negra ou o negro na poesia, como tema, é coisa rara, do trovadorismo a poesia moderna e ou contemporânea, porém existem por aí nas periferias do País novos escritores, que querem mostrar a sua cara e que são considerados poetas “marginais”. Haja vista as novas edições Brasil a fora, o movimento da revista CAROS AMIGOS, POESIA MARGINAL, nos revelou um crescente movimento, em algumas teses de faculdade e é mais presente nos cursos de pós-graduação onde o aluno parece ter mais liberdade para a escolha.
                              Quando fui fazer a minha monografia na faculdade meados de dois mil cujo tema era a “poesia marginal dos anos setenta” e negra, desencorajaram-me alegando não ser lá tão pertinente, não ter teoria para o assunto, não estou aqui lamentando, porém hoje o que mais se fala nos corredores acadêmicos é da injustiça de não retratar ou bem tratar nosso povo que construiu este País em que vivemos e amamos, “só na copa do mundo”.
                             Penso que todo dia nasce um poeta (porque o poeta nasce e não é forjado a fogo) e embora exista um movimento, poucos são os encorajados a retratar e quando o fazem, poucos são aqueles que vão brigar e publicar a poesia negra, o povo da periferia, o povo negro ou afro-descendente, ficando a cargo somente do RAP no momento, esse também sofre preconceito, pois só e visto como apologia ao crime, por conta de alguns que só querem “pegar carona” no movimento. Existem pessoas sérias no movimento que eu conheço, pessoas engajadas como, por exemplo, o rapper PRETO EL de Diadema - SP, parceiro, participou de diversos projetos sociais gravamos um cd juntos com os adolescentes da FUNDAÇÃO CASA no TATUAPÉ em dois mil e seis, entre outros...
                            Então já passou da hora da gente fomentar essa ideia, passou da hora de deixar esta voz sair, e mostrar nossas angústias e nossos orgulhos de sermos quem somos, nossas heranças étnicas, e vivencia de luta, nossa posição de pensamento, pois já não se pode calar a voz do gueto a voz do quilombo, é passada a hora, e esse livro é apenas um de muitos e muitos que lutarei para publicar.